quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

É mágoa,
já vou dizendo de antemão, se eu encontrar com você tô com três pedras na mão.
Eu só queria distância da nossa distância, sair por aí procurando uma contramão...
Acabei chegando na sua rua, na dúvida qual era a sua janela lembrei que era pra cada um ficar na sua, mas é que até a minha solidão tava na dela.
Atirei uma pedra na sua janela e logo correndo me arrependi.
Foi o medo de te acertar. Mas era pra te acertar e disso eu quase me esqueci.
Atirei outra pedra na sua janela, uma que não fez o menor ruído, não quebrou, não rachou, não deu em nada.
E eu pensei: talvez você tenha me esquecido.
Eu só não consegui foi te acertar o coração. Porque eu já era o alvo de tanto que eu tinha sofrido...
Aí nem precisava mais de pedra, minha raiva quase transpassa a espessura do seu vidro.
É mágoa,
o que eu choro é água com sal...
Se der um vento é maremoto, se eu for embora não sou mais eu...
Água de torneira não volta, e eu vou embora, adeus...

(A. C.)

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